O vice-presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (9), após uma conturbada eleição de chapa opositora para comissão do impeachment esuspensão do processo pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que o país vive uma “normalidade democrática extraordinária”.
Ele ainda negou que seu partido, principal aliado do Planalto, vai tirar o apoio à presidente Dilma Rousseff. Esta foi a primeira declaração do vice após divulgação de carta, em tom de desabafo, escrita por ele e endereçada à presidente, na qual ele afirma que a petista nunca demonstrou confiança em seu partido e em sua pessoa.
Temer elencou a decisão do plenário da Câmara de ontem, e posterior decisão do ministro Luiz Edson Fachin: A Câmara dos Deputados ontem tomou uma deliberação, no exercício legítimo de sua competência, e posteriormente, em face de medida judicial, o Supremo suspendeu temporariamente essa medida, e preliminarmente para o exame posterior para o plenário [da Corte].
Em seguida, emendou: “Isso revela exatamente que nós vivemos num regime de uma normalidade democrática extraordinária. As instituições estão funcionando, devemos preservar aquilo que as instituições estão fazendo. E revelar com isso a democracia plena do país”.
Se ontem, após a divulgação da carta, Temer preferiu não aparecer em público, hoje ele demonstrou disposição em falar com a imprensa – sem, entretanto, espaço para perguntas. “Vou fazer uma única declaração”, disse ele, ao se aproximar dos jornalistas.
No início da manhã, a agenda oficial do vice aparecia sem compromissos oficiais. Temer, entretanto, chegou por volta de 11h40 à vice e, posteriormente, sua agenda foi atualizada – ele receberia o deputado federal Washington Reis (PMDB-RJ). Ele falaria com a imprensa por volta das 13h, ao sair do edifício.
Questionado se o PMDB deixaria o governo, no rastro da saída do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), ele fez um sinal negativo com as mãos.
Temer seguiu para o Palácio do Jaburu, sua residência oficial. O vice e Dilma terão um encontro na noite de hoje – o primeiro após as rusgas públicas trocadas entre eles.
Folha
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