De 1° de janeiro a 23 de novembro de 2015 (47ª semana epidemiológica) foram notificados na Paraíba 25.845 casos suspeitos de dengue, sendo 87 classificados como dengue com sinais de alarme e 12 casos de dengue grave. Os números representam um aumento de 266,51% no número de casos, em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 7.301 casos da doença. Segundo o boletim, o pico da incidência dos casos ocorreu no mês de maio (161,43 casos/100 mil habitantes), seguido de uma redução em julho (73,73 casos/100 mil habitantes).
Quanto ao número de óbitos, até a 47ª SE foram notificados 25, sendo quatro classificados como óbitos por dengue, 17 óbitos por outras causas e quatro óbitos em investigação. No mesmo período de 2014, foram registrados nove óbitos por dengue, observando-se nesse caso uma redução de 55,6%. “Tendo em vista isso, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) recomenda às Secretariais Municipais de Saúde o alerta de manter a rede atenta para o diagnóstico precoce da doença e o manejo correto para que os óbitos sejam evitados”, disse a gerente executiva de Vigilância em Saúde, Renata Nóbrega.
Sobre os óbitos em investigação, a SES aguarda o resultado do Laboratório do Instituto Carlos Chagas, no Pará, que seguem acompanhados pela área técnica e pelos municípios, conforme preconizado por protocolo do Ministério da Saúde.
Febre Chikungunya – Na Paraíba, até a 47ª SE, foram notificados 17 casos suspeitos da doença, em residentes dos municípios de Pombal (1), Alhandra (1), Campina Grande (1), Umbuzeiro (2), Coremas (1), João Pessoa (3), Rio Tinto (1), Cachoeira dos Índios (1) e Cabaceiras (6), sendo estes 16 descartados e apenas um confirmado, proveniente de Feira de Santana – Bahia, que estava em visita ao município de Cajazeiras.
A SES lembra que todo caso suspeito de Chikungunya é de notificação compulsória imediata e deve ser informado em até 24 horas às esferas municipal, estadual e federal. Para a notificação deve-se ligar para 0800 281 0023, 3218 7331 ou 98828 2522.
Zika Vírus – Quanto à situação laboratorial, no mês de maio na Paraíba foram enviadas 20 amostras do estudo realizado pelo EPISUS/MS, sendo destas 12 positivas e oito não detectáveis. Das unidades sentinelas, até o momento presente, não foi isolado o Zika Vírus.
A SES implantou três unidades sentinelas do Zika Vírus, conforme recomendação do Ministério da Saúde, nos municípios de Bayeux, Campina Grande e Cajazeiras. A Rede Sentinela é composta por unidades de saúde que identificam, investigam e notificam, quando confirmados, os casos do agravo em questão.
Monitoramento Guillain Barré – Foram informados pelos serviços hospitalares, até o momento, 20 casos suspeitos, sendo 15 descartados e cinco em investigação. O Ministério da Saúde permanece monitorando junto aos Estados, desde julho, os casos diagnosticados de Guillain Barré.
Dessa forma, mesmo não se tratando de uma doença de notificação compulsória, conforme portaria 1.271/2014 MS, A SES, através da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde, recomenda a todos os serviços de saúde a comunicação à Área Técnica da Vigilância Epidemiológica – Núcleo de Doenças Transmissíveis Agudas e a Coordenação dos Núcleos Hospitalares de Vigilância Epidemiológica, por meio dos telefones 3218 7331, 3218 7381 ou 3218 7317.
Situação de Vigilância Ambiental Dengue e Chikungunya – De acordo com dados do Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti – LIRAa (empregado para municípios com mais de 2.000 imóveis) e Levantamento de Índice Amostral – LIA ( para municípios abaixo de 2.000 imóveis), 55 municípios atualmente estão em situação de risco para ocorrência de surto, o que representa 25% dos municípios paraibanos. São eles: Água Branca, Alagoa Grande, Alagoa Nova, Arara, Aroeiras, Belém do Brejo do Cruz, Bernadino Batista, Bom Jesus, Bonito de Santa Fé, Brejo do Cruz, Brejo dos Santos, Cacimba de Dentro, Cajazeiras, Campina Grande, Caraúbas, Catolé do Rocha, Cuité, Desterro, Fagundes, Frei Martinho, Imaculada, Ingá, Itabaiana, Itatuba, Juarez Távora, Juripiranga, Juru, Lagoa Seca, Livramento, Malta, Massaranduba, Mato Grosso, Matureia, Mogeiro, Mulungu, Ouro Velho, Pedra Lavrada, Picuí, Pilar, Pirpirituba, Pocinhos, Prata, Princesa Isabel, Puxinanã, Riacho dos Cavalos, Santa Terezinha, São Bento, São João do Rio do Peixe, São João do Tigre, São José dos Ramos, Seridó, Serra Branca, Solânea, Sousa e Teixeira.
De acordo com informações obtidas no levantamento, os recipientes encontrados com larvas do mosquito Aedes aegypti foram aqueles que são encontrados no nível do solo (como cisternas, barris e tonéis), as caixas d’água de nível elevado e aqueles depósitos não removíveis, como piscinas, bebedouros de animais, lonas e outros de utilidade para os moradores. Pneus e caixas d’água apresentaram maiores percentuais de positividade para o mosquito da dengue do que os outros recipientes.
“É importante estabelecer um processo de mobilização contínuo da comunidade como forma de garantir atitudes diárias de eliminação de criadouros para o Aedes aegypti”, ressaltou Renata Nóbrega.
Dentre as várias ações realizadas e/ou programadas para este ano, estão visitas técnicas aos municípios que registraram suspeita de óbitos, para acompanhamento e recomendação das ações de vigilância; distribuição de 50 motos para suporte às GRS na supervisão das ações de combate ao vetor; acompanhamento da qualificação de Manejo Clínico da febre Chikungunya no município de Marcação; Parceria com a UFPB e Lacen-PB para a realização do isolamento viral de dengue na Paraíba; articulação e adequação da rede de referência para recebimento e condução dos casos graves visando a redução do número de óbitos; aquisição de oito UBV pesado (carro fumacê), 50 pulverizadores costais motorizados e cinco atomizadores à frio; supervisão e acompanhamento das ações de controle vetorial nos municípios; qualificação para operadores de UBV pesado, articulação de ação após LIRAa de outubro, com a região metropolitana, entre outras.
Chamamento para combater o mosquito – O Ministério da Saúde confirmou no último sábado (28), a relação entre o vírus Zika e o surto demicrocefalia na região Nordeste. O Instituto Evandro Chagas, órgão do MS em Belém (PA), encaminhou o resultado de exames realizados em um bebê nascido no Ceará, com microcefalia e outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos, foi identificada a presença do vírus Zika.
“Tendo em vista o decreto do Ministro da Saúde, em 11 de novembro de 2015, que declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) por alteração do padrão de ocorrência de microcefalias no Brasil, A SES convoca toda população paraibana a participar, uma vez por semana, na eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti. É simples e rápido. Destine 15 minutos para não deixar o mosquito nascer. Além disso, destaca-se o papel intersetorial de todas as secretarias, sejam municipais ou estaduais, para executar ações de combate ao mosquito”, concluiu Renata Nóbrega.
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