Cotado para disputar o governo do estado em 2018, o presidente da Assembleia Legislativa, Gervásio Maia (PSB), já decidiu focar suas forças para uma disputa pela Câmara Federal, tirando o nome dentre os aliados do governador Ricardo Coutinho (PSB) que disputam o apoio do socialista.
A decisão do deputado aponta para uma outra: a de que Ricardo esta decido a disputar uma vaga no Senado e terá que deixar o comando do estado em abril do próximo ano. Sendo assim, a vice-governadora Lígia Feliciano (PDT) irá herdar o governo e deve ser, naturalmente ou por falta de opção, a candidata governista.
Com a caneta na mão, Lígia deve ser a maior cabo eleitoral do governador para o Senado e o socialista deve indicar o vice da governadora. Com esta estratégia, Coutinho conseguiria, mais uma vez, indicar uma mulher como sua candidata, semelhante ao que fez com Estela Bezerra (PSB) e Cida Ramos (PSB) nas eleições de 2012 e 2016 em João Pessoa, quando as apadrinhadas do governador disputaram a prefeitura pelo PSB.
O detalhe é que desta vez o governador não tem o domínio sobre a candidatura ou do partido da candidata como aconteceu no PSB. Lígia é do PDT, mas deve ser cortejada para ingressar no PSB, missão quase impossível já que ela é vice-presidente nacional do PDT e a família tem o domínio soberano sobre o partido na Paraíba.
Vislumbrando o cenário e sem obter a indicação de que realmente seria candidato ao governo, Gervásio saiu estrategicamente do páreo e fortaleceu Lígia, deixando, teoricamente, Ricardo sem opção.
Maia também acabou atrapalhando os planos de socialistas como Estela e Edvaldo Rosas, presidente estadual do PSB e suplente de deputado federal. Acontece que uma candidatura do presidente da Assembleia para Câmara Federal deve reunir o apoio integral do partido, segundo Rosas, para que o PSB da Paraíba tenha finalmente uma cadeira federal.
Enquanto isso, Lígia assiste tudo bem caladinha. Ela adotou como estratégia esperar e só quer opinar na hora em que de fato poder tomar decisão, pois, até Ricardo deixar o governo quem manda é ele. Já depois que o governador abrir mão do mandato, quem vai mandar é ela.
Sim, aos críticos desta análise, vale lembrar as alianças que Ricardo fez para ser eleito até hoje.
Écliton Monteiro
@politicaetc