É inegável que o mais interessado em uma candidatura do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), ao governo do estado é do vice-prefeito Manoel Jr., mas em meio ao desejo de finalmente assumir a prefeitura, após tentar por várias vezes ser candidato e por duas ser eleito vice, Manoel, assim como Cartaxo, tem vário problemas para resolver.
Os impasses entre Manoel e o comando da PMJP vão além de seu partido, o PMDB também já anunciou que trabalha na tese de uma candidatura própria, pouco acreditada, uma vez que a prioridade da legenda seria eleger o senador Raimundo Lira (PMDB) que tem o mandato finalizado no próximo ano, mas este é o partido do senador José Maranhão (PMDB) que, além de nutrir o desejo de voltar a mandar na Paraíba, não teria nada a perder com uma candidatura.
Cartaxo precisa de segurança da aliança para poder deixar tranquilo a prefeitura em abril de 2018. Esta segurança, precisa de sinais dos aliados. O PMDB ganha a mais importante prefeitura da Paraíba com uma candidatura de Cartaxo, mas, e o PSDB o que ganha?
Este é o questionamento que tem feito o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB) engrossar o coro por uma candidatura própria do PSDB, mas o tucano pode ter as asas cortadas devido os interesses da legenda no estado, ou do comando da legenda na Paraíba.
Os dois cargos mais importantes do PSDB estão nas mãos de Cássio Cunha Lima, o dele que é senador, vice-presidente do Senado, e de Pedro Cunha Lima, filho de Cássio e deputado federal. É preciso lembrar inclusive que Cássio vem sendo cotado para a presidência nacional do PSDB. É juntamente esta representatividade de Cássio e o poder dele sobre o partido que pode cortar as asas tucanas de Romero que ensaia um voo para a disputa pelo Palácio da Redenção.
A prioridade do PSDB será renovar os mandatos federais que tem pela Paraíba no próximo ano. Cássio não deixa espaço para dúvida que seu objetivo seria uma reeleição no próximo ano, ou seja, é inquestionável que o PSDB quer ao menos uma vaga pela disputa pelo Senado, assim como o PMDB.
Pois bem, retornando ao interesse de Manoel Junior em ser prefeito. Ex-deputado federal, ele não perdeu, ou abandonou suas bases eleitorais, e isso pode colaborar na definição do PSDB. Se Junior decidir afagar os tucanos oferecendo suas bases e apoio a uma candidatura à Câmara Federal, além da aliança para o Senado, o peso deste apoio a candidatura de Pedro, que foi o mais votado nas ultimas eleições, pode cortar de vez as asas de Romero no ninho. É bom frisar que mesmo apoiando Cássio, Manoel ainda poderá apoiar Lira, já que serão dois votos para o Senado em 2018.
Não há dúvida da afinidade de Manoel Jr. com Cássio, é só lembrar das ultimas eleições quando ele votou contra a orientação do PMDB e acompanhou o tucano. Também não há dúvida que um prefeito pode ajudar na eleição mais que um vice, né?
Écliton Monteiro
@politicaetc