O Congresso Nacional reúne-se nesta quarta-feira (22) para analisar cinco vetos presidenciais considerados polêmico, entre eles os vetos apostos à minirreforma eleitoral e à lei que concede descontos às dívidas previdenciárias dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
O veto 32/2017 foi apresentado à minirreforma eleitoral (Lei 13.488/2017). O presidente da República tornou sem efeito, por exemplo, a regra que obrigava provedores de aplicativos e redes sociais a retirar da internet publicação falsa ou odiosa contra partido ou coligação.
Outro ponto vetado impunha limites ao autofinanciamento de campanhas. Com o veto, o candidato que tiver recursos suficientes para bancar toda a campanha poderá fazê-lo, obedecendo apenas ao limite de gastos estipulado para cada cargo em disputa.
— É o autofinanciamento ilimitado para que usem seus próprios recursos para fazer campanha. Isso é absolutamente desigual e vai gerar uma plutocracia em que só os ricos terão condição de disputar e vencer as eleições — criticou o senador Humberto Costa (PT-PE).
Dívidas previdenciárias
Outro veto (30/2017) na pauta do Congresso suspende pontos da Lei 13.485/2017, que parcela e concede descontos às dívidas previdenciárias dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Michel Temer vetou o chamado “encontro de dívidas” entre as prefeituras e a União alegando que isso poderia gerar créditos a receber pelos municípios.
— Os municípios têm créditos e têm débitos. Nossa proposta é que o saldo devedor seja parcelado. É uma questão de justiça. O governo só quer receber a parte dele, e não quer pagar o que deve — reclamou o deputado Herculano Passos (PSD-SP).
Santas Casas
Também enfrenta resistência no Congresso o veto 29/2017, que torna sem efeito um trecho da Lei 13.479/2017. O texto cria um programa para socorrer as Santas Casas de Misericórdia e outras instituições filantrópicas que prestam serviços para o Sistema Único de Saúde (SUS). O trecho vetado permite que as instituições tenham acesso ao refinanciamento, mesmo sem apresentar a Certidão Negativa de Débitos (CND). Para o governo, a dispensa da certidão é inconstitucional.
— O veto representa o fim do programa das Santas Casas, antes mesmo que ele comece. Reduz à metade o número de instituições beneficiadas — afirmou o senador José Serra (PSDB-SP).
Recine
Senadores e deputados precisam votar ainda o veto 26/2017, no qual o presidente Temer rejeita por completo o projeto de lei de conversão (PLV) 18/2017, que prorrogava o prazo para utilização do Regime Especial de Tributação para Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica (Recine).
O prazo original, previsto na Medida Provisória (MP) 770/2017, era dezembro deste ano. Mas o Congresso tentou estender esse limite até 31 de dezembro de 2019. Após o veto, o Poder Executivo editou nova MP (796/2017) para retomar o prazo original.
— Esse é um programa espetacular. Entre 2012 e 20116, 1.036 salas de cinema foram implantadas no país. Só neste ano, mais de 150 salas serão abertas. São excelentes resultados — afirma a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que defende a derrubada do veto.
LDO 2018
Já o veto 25/2017 anula mais de 40 pontos da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2018 (PLN 1/2017). Estão suspensos dispositivos que incluíam o Plano Nacional de Educação e parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no rol de prioridades do governo. Também foram excluídas da lista de prioridades as ações dos programas Brasil sem Miséria, de Promoção da Igualdade e Enfrentamento à Violência contra a Mulher e relacionadas à implantação do Acordo de Paris sobre o Clima.
Além dos vetos, deputados e senadores terão de analisar também projetos que abrem crédito extra a diversos órgãos.
Da Agência Câmara
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