A Adufpb (Sindicato dos Professores da UFPB) encaminhou nesta quinta-feira (9) notificação à reitora da Universidade Federal da Paraíba, Margareth Diniz, comunicando sobre a adesão da categoria à paralisação nacional que ocorrerá na sexta-feira, 10 de novembro.
A decisão de integrar-se às atividades do Dia Nacional de Luta e Paralisação foi tomada durante a rodada de assembleias docentes realizada nos dias 18 e 19 de outubro nos campi de João Pessoa, Areia, Bananeiras e Litoral Norte. Em João Pessoa, as aulas serão suspensas. Nos demais campi, haverá atividades de mobilização, como palestras e panfletagem.
Além dos professores, os servidores técnico-administrativos da UFPB também anunciaram adesão ao movimento. Em assembleia realizada no último dia 7, eles aprovaram a paralisação das atividades na sexta-feira.
No Dia Nacional de Luta e Paralisação trabalhadores, estudantes, movimentos sociais irão às ruas para dizer “não!” à mudança nas leis trabalhistas, ao congelamento dos investimentos públicos por 20 anos, ao Programa de Demissão Voluntária de servidores públicos e à Reforma da Previdência. Em João Pessoa, os manifestantes farão concentração em frente ao Liceu Paraibano, a partir das 14h. Às 16h, eles seguirão em marcha pelas ruas do Centro.
O dia 10 de novembro não foi escolhido à toa. A data é véspera do início de vigência da Lei 13.467/2017, que modifica a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e extingue direitos históricos conquistados pelos trabalhadores brasileiros ao longo das últimas décadas.
As atividades de mobilização na Paraíba estão sendo organizadas pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), CSP-Conlutas, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Nova Central Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo.
Segundo o presidente da Adufpb, professor Marcelo Sitcovsky, é importante ressaltar que o governo Michel Temer, que aprovou a reforma trabalhista, o projeto de terceirização e pretende aprovar uma reforma da Previdência que retira e ataca direitos históricos dos trabalhadores, é o mesmo governo que corta e contingencia verbas para o ensino superior público, privilegiando a iniciativa privada, e precariza o desenvolvimento do conhecimento e da ciência e tecnologia no país.
Ele afirma que os cortes de verba feitos pelo governo nos ministérios de Ciência e tecnologia e da Educação têm representado a ampliação da precarização das condições de trabalho nas universidades federais brasileiras. “Por isso, temos que nos organizar e colocar nas ruas a nossa insatisfação”, conclui, convocando os docentes a se juntarem à luta.
Construção do movimento
O Dia Nacional de Luta começou a ser construído após uma grande Plenária Nacional realizada no dia 29 de setembro, em São Paulo, pelo Movimento Brasil Metalúrgico e pelas Centrais Sindicais de todo o país. Essa é mais uma ação em defesa dos direitos sociais e contra as agressões da reforma trabalhista do governo Temer.
Cerca de 1.500 pessoas estiveram presentes, numa demonstração de unidade e disposição de luta. A principal resolução do encontro foi a aprovação de um manifesto conjunto e a definição do novo dia nacional de mobilizações em 10 de novembro.
Trabalhadores de outros setores como petroleiros, trabalhadores da indústria química, naval, alimentação, metroviários, eletricitários, construção civil, dos Correios, aposentados, entre outros, enviaram representantes à plenária, assim como o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e dos auditores fiscais do trabalho.
Assessoria
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