Foi com o discurso de continuidade que João Azevedo chegou ao Palácio da Redenção. Ungido candidato a governador pelo ex-governador Ricardo Coutinho, Azevedo foi eleito eleição e naturalmente manteve muitas peças da gestão passada, mas, assim como colheu as boas coisas da gestão de Ricardo, João tem colhido coisas ruins pela continuidade.
Apesar de ter anunciado coisas boas como um concurso com mil vagas, a entrega de unidades habitacionais e até um empréstimo de R$ 50 milhões de dólares, a atual gestão ver ofuscada as boas notícias pelo escândalo envolvendo a Cruz Vermelha.
O governador até tentou se antecipar: fazendo uma intervenção no Hospital de Emergência e Trauma, porém a Operação Calvário, que apura a atuação de uma Organização Criminosa no desvio de recursos públicos, tem respingado a mancha gerida durante o governo anterior em sua administração.
Não bastasse a rejeição das contas do Hospital de Trauma, gerando multa para o ex-secretário de Saúde, Waldson Sousa, e um ex-diretor do hospital, além da determinação para a Cruz Vermelha, organização social que administra a unidade hospitalar, devolver R$ 8,9 milhões aos cofres públicos, João Azevedo vê um de seus principais braços do governo, a secretária de administração Livânia Farias alvo principal de uma nova fase da Operação Calvário.
Na lealdade ao grupo político que lhe levou ao cargo, Azevedo vem mantendo os investigados nos seus postos no governo, exceto Leandro Nunes que foi pego com a caixa de dinheiro. Pois bem, por manter a cruz que vem lá do governo Ricardo, João vem manchando sua própria gestão. Afinal, em um mundo onde a transparência vem sendo pregado, as manchas da Cruz Vermelha, no governo que tem as artes de campanha eleitoral na cor laranja, acaba deixando marcas ruins na gestão de João.
Resta saber até quando o governador vai levar esta cruz. Ao que parece, o caminho do calvário ainda é grande e, se nada mudar, pode ser interpretado como a mesma coisa?
@politicaetc