O Dia 2 de abril é reservado para a Conscientização Mundial do Autismo, transtorno global do desenvolvimento que atinge uma em cada 160 crianças, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), popularmente conhecido apenas por Autismo, já foi diagnosticado em mais de 70 milhões de pessoas no mundo, sendo cerca de 2 milhões somente no Brasil.
O Autismo começa na infância e pode persistir na adolescência e na idade adulta. Nos primeiros cinco anos de idade já é possível notar alguma característica do transtorno, seja na comunicação ou ao realizar atividades. “Antes dos três anos de idade os sinais começam a aparecer e são acompanhados pela dificuldade de interação com os pais e com outras crianças. É comum, nestes casos, dar nome a coisas, mas não dizer, por exemplo, “papai ou mamãe”. Elas ficam fixadas em rituais comportamentais, estímulos sensoriais e prestam atenção a situações que para algumas pessoas não dão tanta importância”, explica o psiquiatra da NeuroAnchieta (Grupo Anchieta) , Dr. Ronney Eustórgio Machado.
Algumas pessoas relacionam o Autismo com vacinas, mas não há evidências de uma associação entre imunizações e o Transtorno. Segundo Dr. Ronney Machado, o Autismo é um problema do desenvolvimento que tem interface com muitas áreas da medicina. Portanto ter um bom acompanhamento na gravidez é fundamental. “Sabe-se que problemas gestacionais e a Síndrome de Down são bastante envolvidos na etiologia do Autismo. Portanto, é extremamente importante um bom seguimento de pré-natal, e a conscientização da mãe, principalmente, a fim de manter uma boa saúde física e emocional durante a gestação”, conta o psiquiatra.
Uma vez identificadas, as crianças com TEA e suas famílias precisam receber informações relevantes que auxiliem no desenvolvimento e possibilitem levar uma vida normal. “Tem que haver um bom suporte sócio familiar para disponibilizar o acesso adequado às necessidades básicas da pessoa com o Autismo. Esse suporte é bastante multifatorial, com acesso a médicos, terapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, assistência social e psicopedagógica. Além disso, é claro, importante viver num ambiente acolhedor e sem estresses”, acrescenta Dr. Ronney Eustórgio Machado.
O Autismo ainda não tem cura, mas como os sintomas se manifestam cedo, os pais devem levar a criança a um pediatra e este conduzirá para os profissionais adequados. Com intervenções psicossociais, tratamento comportamental e programas de treinamento de habilidades para a família e outros cuidadores, é possível reduzir as dificuldades de comunicação e proporcionar mais qualidade de vida.
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