“Meu coração está cem por cento,
Mas, por excesso de sentimento,
Sua abertura nunca fechou.
Eu fiz a oclusão do forame
Pra que dele nunca mais derrame
O carinho, o afeto e o amor!!!”
Foi assim que o vereador de João Pessoa Bruno Farias (PPS) surpreendeu seus seguidores nas redes sociais ao anunciar uma intervenção cirúrgica, na noite desta quarta.
Em contato com o Política&etc, o vereador revelou que durante a sessão da quarta-feira, 29 de maio, teve um AVC isquêmico que só foi diagnosticado após vários exames e passagem por especialistas. “Eu estava super bem, quando, no meio da sessão, fui pegar o Regimento Interno para tirar uma dúvida. Ao abrir o Regimento, de repente, eu não consegui lê-lo. Só enxergava a metade da página, como se tivesse uma sombra sobre o meu olho esquerdo”, relatou o vereador, afirmando que após uns 15 minutos recuperou a visão, mas que procurou um oftalmologista que não diagnosticou anormalidade em sua visão.
Depois procurou um cardiologista e depois de um eletro e exames laboratoriais não teve diagnostico clínico e procurou o neurologista que indicou fazer um Doppler das carótidas e uma ressonância do cérebro. “A ressonância do cérebro, apontou dois diminutos focos no lobo occipital direito, o que correspondeu com os sintomas de perda efêmera e parcial da visão que senti no olho esquerdo. Descoberto isso, o cardiologista fez um ecocardiograma transeofagico, que detectou que eu tinha Forame Oval Patente (FOP) no coração”, disse.
“A partir desse diagnóstico, tanto Fulvio Petruci (cardiologista) quanto Ronald Farias (neurologista) chegaram à conclusão de que o forame oval patente foi o responsável por essa isquemia que tive”, detalhou Bruno que passou por uma cirurgia no Memorial São Francisco na tarde desta quarta e a noite já comemorava o êxito da intervenção ao conversar com o Política&etc: “A cirurgia foi um sucesso e estou 100%. Coração pronto pra acolher os puros e bons sentimentos, bem como para enfrentar todas as emoções que a vida ainda me reservará”, detalhou.
Sobre o problema de saúde enfrentado pelo vereador:
O forame oval é um orifício que comunica o lado direito com o lado esquerdo do coração. Durante a gestação, é essa comunicação que possibilita que o feto receba o sangue oxigenado da mãe para se desenvolver, uma vez que seus pulmões ainda não funcionam.
Logo após o nascimento, há o fechamento natural do forame oval. No entanto, em uma minoria de pessoas esse fechamento natural não ocorre e o forame oval continua aberto, ou seja, patente, ao longo da vida.
Sintomas
Na maior parte das pessoas, o forame oval patente não gera sintomas ou outras limitações. Dessa maneira, não há necessidade de tratamento específico.
Complicações
Em alguns casos, entretanto, a existência do forame oval patente pode causar a passagem de coágulos de sangue do lado direito para o lado esquerdo, o que pode acarretar problemas como, por exemplo, o derrame cerebral (acidente vascular cerebral).
O derrame cerebral pode ser causado por vários motivos. Após um derrame, os médicos sempre procuram as suas possíveis causas, para fazer a prevenção e evitar que novos derrames ocorram no futuro. Nas pessoas com forame oval patente e que tiveram um derrame, principalmente naquelas em que não se acham outras causas, a oclusão do forame oval pode ser indicada, como maneira de reduzir a chance de outros derrames.
Tratamento minimamente invasivo
Até há pouco tempo, havia muitas dúvidas sobre o benefício da oclusão do forame oval patente como forma de prevenir derrames. Mas, estudos recentes, com centenas de pacientes, mostram que as pessoas que foram submetidas à oclusão do forame tiveram menos complicações no longo prazo do que aquelas em que o forame oval não foi ocluído.
A oclusão do forame oval é feita através de um procedimento cardíaco minimamente invasivo. Por uma veia da região inguinal (“virilha”), um cateter é introduzido até o coração, chegando na região do forame oval. Neste local, através do próprio cateter, o médico faz o fechamento do forame oval (“oclusão”) com a colocação de uma pequena prótese.
O procedimento é feito com anestesia local e sedação, ou anestesia geral, e normalmente dura em torno de duas horas. Não há cortes (incisões) ou pontos (suturas), uma vez que o procedimento é feito através de uma punção na veia. A recuperação é indolor na maior parte dos casos e, habitualmente, é feita em um quarto hospitalar normal ou em uma unidade Semi-Intensiva. Comumente, o tempo de permanência no hospital é de um ou dois dias após o procedimento.
@politicaetc