Em crianças, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) são mais frequentes entre março e junho do que em outros meses do ano. Neste ano, os atendimentos a esse público, nesse período, tiveram um aumento de 70% em relação ao quadrimestre anterior, no Hospital Infantil Arlinda Marques, em João Pessoa. O total, em números absolutos, foi de 17.415 notificações — abril foi o mês com maior número de registros, contabilizando mais de seis mil.
De acordo com o médico José Cassimiro, as infecções respiratórias podem acontecer ao longo de todo o ano, mas são mais incidentes quando há mudanças marcantes de temperatura e umidade. “Nesse período, é mais fácil a circulação dos vírus, por exemplo, como o vírus sincicial respiratório, um dos causadores da bronquiolite”, explica.
O pediatra e diretor técnico do Complexo Pediátrico do hospital, Ariano Brilhante, acrescenta que as SRAG mais comuns costumam se dividir em dois grupos: infecciosas e alérgicas. Entre as infecciosas, as principais são a pneumonia e a bronquiolite; entre as alérgicas, a asma é a maior representante. “No caso da pneumonia e da bronquiolite, a transmissão ocorre pelo contato com outras pessoas que estão doentes, através do ar e de gotículas. Já as doenças alérgicas não são transmitidas, fazem parte do sistema imunológico da criança”, diz.
Outras doenças respiratórias que são bastante comuns na infância são os resfriados, faringites, sinusites e otites. As bronquiolites e as otites médias acometem, principalmente, bebês que ainda estão amamentando — aqueles menores de dois anos. “As pneumonias, por sua vez, incidem em todas as faixas etárias, e as sinusites costumam se apresentar com mais frequência nos maiores de quatro anos”, retoma Cassimiro. Ele ressalta que essas doenças contagiam mais facilmente as crianças cujo esquema vacinal não está completo.
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