A ex-presidente da Rede Sororidade da OAB da Paraíba, professora Janayna Nunes, conhecida por seu trabalho no combate à violência contra a mulher, fez um pedido público de desculpas à advocacia paraibana. Ela admitiu que errou ao apoiar Paulo Maia, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na Paraíba, em sua campanha de reeleição, pois ele foi condenado por assédio e a advogada admite as acusações que constam no processo (que estava em segredo de justiça) são graves.
A gestão de Paulo Maia foi condenada por assédio em última instância por assédio moral contra uma funcionária que atuava na OAB há duas décadas. A denúncia inicial relatava que a funcionária também teria sofrido assédio sexual e moral. Como resultado, a vítima foi demitida, gerando não apenas prejuízos emocionais e profissionais, mas também um impacto financeiro para a OAB da Paraíba, que terá que pagar mais de R$ 140 mil em indenizações.
O processo permaneceu em sigilo durante parte de sua tramitação, mas recentemente o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou a quebra do sigilo. Com isso, os detalhes da acusação, os nomes envolvidos e as responsabilidades de cada parte vieram a público. A divulgação trouxe novas repercussões dentro da OAB, especialmente entre aqueles que apoiaram a gestão de Paulo Maia.
Em sua declaração, Janayna Nunes, que também é professora e pesquisadora sobre violência institucional, afirmou que confiou no discurso de defesa dos direitos das mulheres que Paulo Maia apresentava durante suas campanhas. “Eu errei em acreditar na idoneidade de uma liderança que utilizava a pauta feminina para aumentar sua popularidade”, disse.
A advogada destacou ainda que, durante o primeiro mandato de Maia, quando passou a integrar as discussões políticas dentro da OAB, questionou mulheres envolvidas no caso e foi informada de que não havia ocorrido qualquer irregularidade. No entanto, após ter acesso aos documentos do processo e à condenação final, mudou sua visão sobre o ex-presidente. “Peço desculpas por ter apoiado a reeleição de um candidato que, mesmo após suas condenações, tenta retornar ao poder”, afirmou.
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