O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, prestará um novo depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira 21. A oitiva, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, ocorrerá na sede da Corte, em Brasília, às 14h.
A ordem de Moraes para que o Supremo tomasse um novo depoimento do tenente-coronel, que se tornou um colaborador da Justiça, se deu após a Polícia Federal prender militares da força de elite do Exército que teriam tramado o assassinato de Lula (PT), Geraldo Alckmin e do próprio ministro do Supremo, em 2022. Os fardados teriam contado com a ajuda de Cid para traçar a estratégia que tinha como objetivo manter Bolsonaro no poder.
Cid, porém, nunca revelou este plano, apesar de, como colaborador da Justiça, ser obrigado a contar tudo o que sabe sobre a trama de golpe. A estratégia, que previa o envenenamento das autoridades ou explosões para atingir os alvos, foi encontrada em arquivos digitais apagados pelo ex-ajudante de ordens. Os itens foram recuperados nos equipamentos eletrônicos com a ajuda de um programa israelense. A descoberta também se confirmou com provas encontradas com outros investigados.
O ex-ajudante de Bolsonaro, antes de ser convocado ao Supremo, prestou um novo depoimento à PF sobre o caso. Após a longa oitiva, os agentes listaram uma série de omissões ou contradições nas perguntas relacionadas ao plano golpista, em especial no trecho que previa o assassinato das autoridades.
Uma cópia desse depoimento foi encaminhada pela PF a Moraes. A corporação também pediu que ao ministro que o acordo de colaboração com o tenente-coronel fosse anulado diante das descobertas que colocam Cid no centro da trama.
Mensagens recuperadas pelos investigadores indicam que o ex-ajudante de ordens não apenas tinha conhecimento da trama, como também discutiu detalhes da operação com aliados. Pesa contra Cid, por exemplo, o fato de que ele teria participado da reunião na casa do general Walter Braga Netto que deu início ao planejamento das mortes.
Cid está agora pressionado a esclarecer os pontos, sob o risco de perder os benefícios do acordo firmado. A defesa do militar nega qualquer falha e sustenta que ele não tinha conhecimento do plano para matar Lula, Alckmin e Moraes. Para os advogados, Cid não omitiu o se contradisse durante o depoimento. A análise final caberá a Moraes.
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