O vereador Renato Martins (Avante) usou seu pronunciamento, na sessão da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) desta quinta-feira (14), para defender o fim da escala de trabalho 6×1 (seis dias de trabalho por um de descanso). A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que sugere a redução da jornada máxima de trabalho semanal recebeu, nesta quarta-feira (13), o número necessário de assinaturas para ser protocolada na Câmara dos Deputados.
Para o parlamentar, a proposta reflete uma luta pela desprecarização da vida de forma geral. “Qualquer proposta como essa, que fala em acabar com a escala 6 por 1, tem que ser abraçado pela sociedade brasileira, pelos defensores da família, da pátria, pois o conceito de pátria é olhar o próximo, não é pensar em morrer pela nação, é pensar em construir uma nação onde a vida faz sentido. E vale a pena defender uma pátria onde todo mundo trabalha só o necessário, sem ser explorado. Trabalhar 36 horas por semana permite, tranquilamente, que você tenha lazer, cultura, capacitação, leia um livro, jogue tênis, futebol, vá à igreja, vá fazer atos de voluntariado”, declarou.
Segundo Renato Martins, o foco da proposta é a luta pela qualidade de vida do trabalhador e o momento econômico é propício para essa mudança. “O Brasil não vive um cenário de desemprego atroz, está em 6%, o melhor índice das últimas décadas”, defendeu o vereador, lembrando que a primeira lei trabalhista surgiu diminuindo a jornada de trabalho diária de crianças de 16h para 12h. “Hoje, nossa sociedade evoluiu, a criança é proibida de trabalhar, e o capitalismo não quebrou com isso”, argumentou, citando ainda que em boa parte da Europa a jornada de trabalho é 4×3 (quatro dias de trabalho para 3 de descanso).
“O que o Município pode fazer para desprecarizar a vida? O que nós vereadores, poder público, podemos fazer para melhorar a vida do trabalhador e da trabalhadora? Ontem apresentei a lei de atenção especial à saúde mental de profissionais que trabalham sob alta pressão. É o caso do profissional de telemarketing, comerciário e motorista de aplicativo, que enfrenta um trânsito estressante, somado às pressões da vida e à luta normal de cada um pela sobrevivência”, exemplificou Renato Martins, destacando ainda a importância da implantação de pontos de apoio para motoristas de aplicativo de carros e motos.
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