Uma pesquisa do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), apoiada pela CNF e Febraban, mostrou que 40% dos brasileiros jogam ou têm familiares e amigos próximos que participam de apostas esportivas online. O estudo ouviu 2 mil pessoas de todas as regiões do Brasil entre os dias 15 e 23 de outubro e apontou impactos significativos na vida financeira e familiar dos apostadores.
Entre os entrevistados que jogam ou convivem com quem aposta, 45% relataram que a prática afeta negativamente a qualidade de vida. Além disso, 41% indicaram que as apostas comprometem outros compromissos financeiros, enquanto 37% mencionaram dificuldades para comprar alimentos e 36% relataram problemas no pagamento de contas.
Apesar do crescimento da popularidade das plataformas, 85% dos entrevistados disseram confiar pouco ou nada nos sites, e 57% avaliam os serviços como “ruins ou péssimos”. A desconfiança reflete-se no uso de pagamentos: o Pix é o método mais utilizado (79%), seguido por cartão de crédito (24%), débito (18%) e transferência bancária (17%).
Os gastos mensais variam: 52% dos apostadores gastam entre R$ 30 e R$ 500, enquanto 12% desembolsam mais de R$ 500. O futebol lidera como principal modalidade, abrangendo 60% das apostas. Marcelo Garcia, consultor da CNF, destacou a importância da pesquisa como “um ponto de partida para enfrentar o problema antes de maiores impactos no endividamento e desagregação das famílias.”
@politicaetc